Ronnie Von (Ronaldo Nogueira), cantor e compositor, nasceu em Niterói RJ em 17/7/1947. Sua formação musical incluiu os clássicos (principalmente músicas renascentistas e barrocas) e o jazz. Fez o curso ginasial no Rio de Janeiro RJ, foi ator amador e estudou literatura e pintura. Cursou a Escola Superior de Aeronáutica e a Faculdade de Economia, trabalhando, por volta de 1963, com parentes, em mercado de capitais. Em 1966, costumava freqüentar o Beco das Garrafas, no Rio de Janeiro, cantando nas suas boates gospels, blues e spirituals. Começou a se interessar por rock em 1964 e no ano seguinte, através de Eli Barra, integrante dos Brazilian Beetles, participou do programa de televisão de Glauco Pereira - BBC no Rio -, cantando You've Got to Hide your Love Away, dos Beatles. Vendo o vídeo-tape de sua apresentação no BBC no Rio, Agnaldo Rayol e o produtor Manuel Carlos se interessaram por ele, convidando-o para participar, em São Paulo SP, do Corte-Rayol Show, programa da TV Record que tinha grande audiência. Apresentou-se cantando a canção dos Beatles John Lennon e Paul McCartney, Michelle, começando então a chamar a atenção do público. Foi João Araújo, diretor artístico da Philips, que lhe deu a primeira oportunidade de gravar num compacto, ao lado de Maritza Fabiani, Cláudio Faissal e Brazilian Bitles; cantou nesse disco You've Got to Hide your Love Away e Meu bem, a versão que fez de Girl, música de John Lennon e Paul McCartney Em outubro de 1966, começou a apresentar na TV Record um programa seu, O Pequeno Mundo de Ronnie Von, produzido por Solano Ribeiro, cujo título era alusivo a seu apelido, Pequeno Príncipe. Ainda em 1966, lançou pela Polydor seu primeiro LP com Pequeno Príncipe (Tommy Standen e Fred Jorge), entre outras. No final do ano, recebeu o prêmio Roquete Pinto, como revelação do ano, e assinou contrato com a Agência de Publicidade Jovem Guarda, para o lançamento de produtos com o seu nome (camisetas, vestidos, vitrolas etc.) e também participou do programa Jovem Guarda. Gravou, em 1967, outro LP, pela Polydor, no qual cantou entre outras músicas o sucesso A praça (Carlos Imperial) e Escuta meu amor (Arnaldo Sacomani). No ano seguinte gravou novo LP pela Polydor com Jardim da infância (Nelson e Fábio Luís); lançando anualmente pelo menos um LP, alcançou sucesso com Cavaleiro de Aruanda (Tony Osanah), do LP de 1972, e com Deus sul-americano (com Tony Osanah), do LP de 1973. Excursionou por todo o Brasil e também pela América Latina e E.U.A. Além de Tony Osanah, tem parcerias com Arnaldo Sacomani, Sam Martim e Terry Winter. Um de seus últimos sucessos foi Tranquei a vida (com Tony Osanah), lançada pela RCA em 1976. Continua se apresentando em shows e gravando esporadicamente; em 1995 participou do disco ao vivo O novo de novo, comemorando 30 anos da Jovem Guarda. Lançou na década de 1990 uma autobiografia, Mãe de gravata.
Em sintonia com a vanguarda européia, Ronnie Von trocou uma carreira marcada por sucessos fáceis, como o hit açucarado "A Praça", por um mergulho no desconhecido. O betlemaníaco apostou a carreira e amargou, por incompreensão do público, um lastimável período de ostracismo. Com o passar dos anos a sua fase psicodélica foi sendo esquecida, dando espaço para a imagem do Ronnie Von careta, do pequeno Príncipe adorado por Hebe Camargo.
Durante quase 30 anos estes discos ficaram esquecidos nos catálogos das gravadoras, sem que houvesse interesse em relançá-los em cd. Magoado, o prórpio Ronnie Von evitava falar sobre os álbuns. Paralelamente, cópias dos LPs - originais e piratas - eram disputadas a preço de ouro por colecionadores, sobretudo do clássico álbum de 1968. A nova gereção, aos poucos, ia redescobrindo a obra do mestre.
Nunca houve um cantor na história do pop nacional tão galã como o fluminense Ronnie Von. Era tão bonito e elegante que, ao estourar em 1966 com Meu bem (versão de My girl, de John Lennon e Paul McCartney), foi apelidado de Príncipe pela apresentadora Hebe Camargo e sofreu boicote da turma da Jovem Guarda, pelo temor do Rei Roberto Carlos de perder o trono.Beleza põe mesa, é vero, mas ainda na década de 60, Ronaldo Lindenberg Von Schilgen Cintra Nogueira mostraria que era bem mais que um rosto e um corpo privilegiados. Ganhou um programa na TV Record, O pequeno mundo de Ronnie Von, batizou e lançou a banda Mutantes, e radicalizou ao gravar discos que misturavam influências psicodélicas, tropicalistas e pop. As ousadias musicais, porém, foram incompreendidas (pelo público e a maior parte da crítica) e prejudicaram o sucesso do cantor. Com repertório tradicional (e mesmo brega), Ronnie voltaria a freqüentar ocasionalmente as paradas no fim dos 70, com canções como Tranquei a vida e Cachoeira, e até teria música gravada pelo ex-rival Roberto: Pra ser só minha mulher.
Hoje, aos 62 anos, ele apresenta o programa de variedades Todo seu, na TV Gazeta (segunda à sexta-feira, 22h), tem uma agência de publicidade e vê o redimensionamento histórico da sua fase psicodélica atingir o auge com a edição pela primeira vez em CD, via Universal Music, dos álbuns Ronnie Von (1966), Ronnie Von (1968) e A máquina voadora (1970), além de ganhar um tributo virtual do indie rock (leia boxe).
Obra cult – Fracasso comercial na época do lançamento e elevado à condição de cult com o passar do tempo, o disco de 1968 é o que “talvez tenha valido a minha carreira”, orgulha-se Ronnie Von. Aproveitando a mudança na presidência da antiga CBD (atual Universal), o cantor gravou o seu álbum mais conceitual, tendo como produtor Damiano Cozzella, mestre de Rogério Duprat, o maestro dos tropicalistas.Duas faixas exemplificam bem o arroubo experimental da obra cuja capa incluía uma foto do cantor sem camisa, algo atrevido então: Meu novo cantar, na qual Ronnie Von começa declamando versos autobiográficos, num desabafo contra o que ele havia feito até ali; e Espelhos quebrados. Esta, abre com barulho de vidros e espelhos partindo para, em seguida, entrar um arranjo com oboé, fagote, clarineta, contrafagote.Meu novo cantar e Espelhos quebrados foram compostas por Arnaldo Saccomani. O hoje rabujento jurado do programa Ídolos (SBT) assina outras quatro faixas do disco, incluindo a tropicalista Mil novecentos e além. Outro destaque é a antológica Sílvia: 20 horas, domingo (Tom Gomes/Luís Vagner), com seu romantismo lisérgico e modernidade que desafia o tempo.“É um dos discos experimentais mais ousados daquela época. Se não o mais ousado, pelo menos o mais conceitualmente radical. Nele, estão todas as experiências daquela geração, levadas ao extremo pelo maestro Damiano Cozzella. Tem rock, MPB, modinhas brejeiras, música concreta e psicodelia. Por tudo isso, com certeza, ele resistiu, mesmo perdido nos escaninhos do tempo, e segue absolutamente atual"
Em sintonia com a vanguarda européia, Ronnie Von trocou uma carreira marcada por sucessos fáceis, como o hit açucarado "A Praça", por um mergulho no desconhecido. O betlemaníaco apostou a carreira e amargou, por incompreensão do público, um lastimável período de ostracismo. Com o passar dos anos a sua fase psicodélica foi sendo esquecida, dando espaço para a imagem do Ronnie Von careta, do pequeno Príncipe adorado por Hebe Camargo.
Durante quase 30 anos estes discos ficaram esquecidos nos catálogos das gravadoras, sem que houvesse interesse em relançá-los em cd. Magoado, o prórpio Ronnie Von evitava falar sobre os álbuns. Paralelamente, cópias dos LPs - originais e piratas - eram disputadas a preço de ouro por colecionadores, sobretudo do clássico álbum de 1968. A nova gereção, aos poucos, ia redescobrindo a obra do mestre.
Nunca houve um cantor na história do pop nacional tão galã como o fluminense Ronnie Von. Era tão bonito e elegante que, ao estourar em 1966 com Meu bem (versão de My girl, de John Lennon e Paul McCartney), foi apelidado de Príncipe pela apresentadora Hebe Camargo e sofreu boicote da turma da Jovem Guarda, pelo temor do Rei Roberto Carlos de perder o trono.Beleza põe mesa, é vero, mas ainda na década de 60, Ronaldo Lindenberg Von Schilgen Cintra Nogueira mostraria que era bem mais que um rosto e um corpo privilegiados. Ganhou um programa na TV Record, O pequeno mundo de Ronnie Von, batizou e lançou a banda Mutantes, e radicalizou ao gravar discos que misturavam influências psicodélicas, tropicalistas e pop. As ousadias musicais, porém, foram incompreendidas (pelo público e a maior parte da crítica) e prejudicaram o sucesso do cantor. Com repertório tradicional (e mesmo brega), Ronnie voltaria a freqüentar ocasionalmente as paradas no fim dos 70, com canções como Tranquei a vida e Cachoeira, e até teria música gravada pelo ex-rival Roberto: Pra ser só minha mulher.
Hoje, aos 62 anos, ele apresenta o programa de variedades Todo seu, na TV Gazeta (segunda à sexta-feira, 22h), tem uma agência de publicidade e vê o redimensionamento histórico da sua fase psicodélica atingir o auge com a edição pela primeira vez em CD, via Universal Music, dos álbuns Ronnie Von (1966), Ronnie Von (1968) e A máquina voadora (1970), além de ganhar um tributo virtual do indie rock (leia boxe).
Obra cult – Fracasso comercial na época do lançamento e elevado à condição de cult com o passar do tempo, o disco de 1968 é o que “talvez tenha valido a minha carreira”, orgulha-se Ronnie Von. Aproveitando a mudança na presidência da antiga CBD (atual Universal), o cantor gravou o seu álbum mais conceitual, tendo como produtor Damiano Cozzella, mestre de Rogério Duprat, o maestro dos tropicalistas.Duas faixas exemplificam bem o arroubo experimental da obra cuja capa incluía uma foto do cantor sem camisa, algo atrevido então: Meu novo cantar, na qual Ronnie Von começa declamando versos autobiográficos, num desabafo contra o que ele havia feito até ali; e Espelhos quebrados. Esta, abre com barulho de vidros e espelhos partindo para, em seguida, entrar um arranjo com oboé, fagote, clarineta, contrafagote.Meu novo cantar e Espelhos quebrados foram compostas por Arnaldo Saccomani. O hoje rabujento jurado do programa Ídolos (SBT) assina outras quatro faixas do disco, incluindo a tropicalista Mil novecentos e além. Outro destaque é a antológica Sílvia: 20 horas, domingo (Tom Gomes/Luís Vagner), com seu romantismo lisérgico e modernidade que desafia o tempo.“É um dos discos experimentais mais ousados daquela época. Se não o mais ousado, pelo menos o mais conceitualmente radical. Nele, estão todas as experiências daquela geração, levadas ao extremo pelo maestro Damiano Cozzella. Tem rock, MPB, modinhas brejeiras, música concreta e psicodelia. Por tudo isso, com certeza, ele resistiu, mesmo perdido nos escaninhos do tempo, e segue absolutamente atual"
Um comentário:
nossaaaa, a quanto tempo eu procurava por esse lp do Bedeu....
muito bom o blogger,
tenho algum cd's de cartola, clara nunes, bebeto, bezerra, em fim se tiveres afim de compartilha isso com o pessoal me avise, nao achu justo isso fica soh pra mim
valeuu
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