Engraçado, um desafio pro blog sobre aceitação, ams este disco realmetne precisa de ser ouvidos por todos, um disco impecavel onde sometne genios da nossa musica estao presentes, ouçam com carinho e com tempo e depois me falam se nao tinha razao, Deleitem-se!!!
Saravá!!!
Lado B
Saravá!!!
Lado B
Na capa, o velho Johann Sebastian Bach (1685-1750) no ano da comemoração dos 250 de sua morte emerge com as melenas numa paisagem tropical, entre onças, pássaros e borboletas. No crossover do repertório peças como Allegro – Concerto Italiano em Fá Maior, Invenção de Duas Partes no. 13, Concerto Duplo em Ré Menor para Dois Violinos e Orquestra convivem com nossos conterrâneos Abel Ferreira (Chorando Baixinho), Pixinguinha & Benedito Lacerda (Vou Vivendo, Um a Zero), Radamés Gnattali (Remexendo, Variações sôbre o Samba do Urubu) e obviamente o Villa Lobos que celebrou o patriarca alemão nas Bachianas Brasileiras (escalada a célebre Ária no.5). Projeto idealizado pelo brazilianista Gerald Seligman, um americano que dirige o setor de clássicos da EMI inglesa, este encontro entre o rendilhado do choro e os contrapontos de Bach é conduzido por um octeto de coesão digna do tempo em que as pedras pisadas do cais eram engastadas com óleo de baleia. O cavaquinista Henrique Cazes, um mestre precoce do choro que integrou a Camerata Carioca orientada pelo sábio Radamés Gnattali, comanda esta Camerata Brasil ao lado de Marcílio Lopes e Paulo Sá (bandolins), Marcus Ferrer (viola caipira, o surpreendente instrumento de harmonia do Allegro que abre o CD), José Paulo Becker (violão), Marcello Gonçalves (7 cordas), Omar Cavalheiro (baixo) e Beto Cazes (pandeiro e percussão). O disco atravessa várias vezes a alfândega de preconceitos que separa o popular do erudito e de contrabando golpeia a tese de que o choro é o jazz brasileiro. A Camerata prova que o gênero cultuado no quintais, bares e salões cariocas está muito mais próximo dos clássicos europeus (modelos de fundadores do gênero como Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga) com o leve tempero do ritmo de ascendência afro, que pontua discretamente da Invenção de Duas Partes à fusão de Ele e Eu (Pixinguinha/ Benedito Lacerda) e Badinerie (Bach). Outros destaques vão para as cordas enérgicas que ondulam o Concerto Duplo em Ré Menor para Dois Violinos e Orquestra e o sempre matreiro 1XO que bate um bolão com o Beckenbauer do contraponto. (Tárik de Souza)
Download: Bach in Brazil - Camerata Brasil - 2000
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