quinta-feira, 8 de maio de 2008

Bach in Brazil - Camerata Brasil - 2000


Engraçado, um desafio pro blog sobre aceitação, ams este disco realmetne precisa de ser ouvidos por todos, um disco impecavel onde sometne genios da nossa musica estao presentes, ouçam com carinho e com tempo e depois me falam se nao tinha razao, Deleitem-se!!!
Saravá!!!
Lado B

Na capa, o velho Johann Sebastian Bach (1685-1750) no ano da comemoração dos 250 de sua morte emerge com as melenas numa paisagem tropical, entre onças, pássaros e borboletas. No crossover do repertório peças como Allegro – Concerto Italiano em Fá Maior, Invenção de Duas Partes no. 13, Concerto Duplo em Ré Menor para Dois Violinos e Orquestra convivem com nossos conterrâneos Abel Ferreira (Chorando Baixinho), Pixinguinha & Benedito Lacerda (Vou Vivendo, Um a Zero), Radamés Gnattali (Remexendo, Variações sôbre o Samba do Urubu) e obviamente o Villa Lobos que celebrou o patriarca alemão nas Bachianas Brasileiras (escalada a célebre Ária no.5). Projeto idealizado pelo brazilianista Gerald Seligman, um americano que dirige o setor de clássicos da EMI inglesa, este encontro entre o rendilhado do choro e os contrapontos de Bach é conduzido por um octeto de coesão digna do tempo em que as pedras pisadas do cais eram engastadas com óleo de baleia. O cavaquinista Henrique Cazes, um mestre precoce do choro que integrou a Camerata Carioca orientada pelo sábio Radamés Gnattali, comanda esta Camerata Brasil ao lado de Marcílio Lopes e Paulo Sá (bandolins), Marcus Ferrer (viola caipira, o surpreendente instrumento de harmonia do Allegro que abre o CD), José Paulo Becker (violão), Marcello Gonçalves (7 cordas), Omar Cavalheiro (baixo) e Beto Cazes (pandeiro e percussão). O disco atravessa várias vezes a alfândega de preconceitos que separa o popular do erudito e de contrabando golpeia a tese de que o choro é o jazz brasileiro. A Camerata prova que o gênero cultuado no quintais, bares e salões cariocas está muito mais próximo dos clássicos europeus (modelos de fundadores do gênero como Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga) com o leve tempero do ritmo de ascendência afro, que pontua discretamente da Invenção de Duas Partes à fusão de Ele e Eu (Pixinguinha/ Benedito Lacerda) e Badinerie (Bach). Outros destaques vão para as cordas enérgicas que ondulam o Concerto Duplo em Ré Menor para Dois Violinos e Orquestra e o sempre matreiro 1XO que bate um bolão com o Beckenbauer do contraponto. (Tárik de Souza)

Download: Bach in Brazil - Camerata Brasil - 2000

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