Gilberto Gil - Expresso 2222 - 1972

Ouve um grande Bafafá sobre os cem melhores discos do Brasil, e como nós do musica da minha gente fazendo pesquisas sobre tal assunto resolvi agraciar vocês com estes discos tambem, mas com uma diferença, todos os links estao funcionando, e outra coisa, postarei somente os discos que realmente fizeram diferença pra musica brasileira, entao,

deleitem-se!

26° Lugar - Gilberto Gil - Expresso 2222 - 1972

Gilberto Passos Gil Moreira nasceu em Salvador em 26 de junho de 1942, e com vinte dias de vida mudou-se para a pequena Ituaçu, no sertão da Bahia.

Filho de pai médico e mãe professora, iniciou-se na música aprendendo na sanfona os grandes sucessos de Luiz Gonzaga e admirando a "Lira Ituaçuense" passar pela porta de sua casa. Voltou para Salvador com dez anos de idade, e alguns anos mais tarde, começou a se dedicar ao violão. Com a explosão da Bossa Nova, o jovem Gil (assim como a maioria dos músicos de sua geração) fez a opção pelo novo instrumento claramente influenciado pelas sofisticadas harmonias de Tom Jobim e pela técnica intrumental de João Gilberto.

Começou em 1961 a cursar Administração de Empresas na Universidade da Bahia e já nessa época participava regularmente como uma das atrações de um programa musical na TV Itapuã. Mudou-se para São Paulo em 1965, logo após o fim da faculdade, contratado como trainee da Gessy Lever.

A opção pela música

Em 1966, após lançar um compacto com a hoje conhecidíssima "Procissão", assina contrato com a gravadora Philips e abandona a Gessy Lever. Suas participações no programa "O fino da bossa" e nos festivais (tão tradicionais na música brasileira dos anos sessenta) acabam projetando seu trabalho, que explode com o clássico "Domingo no parque", que ficou com o segundo lugar no Terceiro Festival de Música da TV Record. "Domingo no parque" foi apresentado com o apoio das guitarras dos Mutantes, uma heresia dentro da MPB de então, e um claro prenúncio da Tropicália que viria a seguir.

A Tropicália, o exílio e o retorno

Em 1968, Gil inaugura juntamente com Caetano Veloso e outros o Movimento Tropicalista, um movimento musical brasileiro de vanguarda que era também uma tentativa de abrir os olhos e ouvidos para o mundo (e de se fazer ver e ouvir por ele), através da incorporação de elementos da Arte Pop que começava a despontar na esteira dos movimentos de contracultura do final dos anos sessenta. Os hippies, o Rock, o Cinema Novo de Gláuber Rocha, a antropofagia da Semana de Arte Moderna de 1922, a cultura popular e o folclore brasileiros, a São Paulo metropolitana onde o movimento foi lançado, tudo foi misturado no caldeirão tropicalista. Além do disco-manifesto coletivo ("Panis et circensis"), a Tropicália gerou um programa de TV anárquico e revolucionário , o "Divino Maravilhoso". Tão anárquico e revolucionário que era odiado tanto pela esquerda revolucionária como pela direita reacionária.

Não demorou muito para que Gil e Caetano fossem presos e "convidados" a sair do Brasil, indo para Londres em 1969. No exílio conheceram a efervescência cultural pop em seu berço mais fértil. Foi na "Swinging London" que entraram em contato pela primeira vez com o Reggae, por exemplo. Só puderam retornar definitivamente ao Brasil em 1972, ainda nos anos de chumbo da ditadura militar. Nesse mesmo ano, Gil gravou o disco "Expresso 2222" Ela foi feita em homenagem ao trem que ele pegou para sair de sua cidade natal a Salvador.

Também é o nome que o compositor deu a seu trio elétrico no carnaval da Bahia, um marco definitivo na música que faria dali em diante.

Ao longo de todos esse anos, Gil demonstra em seu trabalho riqueza musical e poética, interesse pelo espiritual e esotérico, e uma paixão desmesurada pelo Brasil e pela tradição de sua música popular. Alguns de seus discos são fundamentais para se entender a trajetória da MPB nos últimos 30 anos.

Este disco é sem duvida um dos melhores trabalhos de Gil ,e um dos principais discos brasileiros, por si mostrar tao forte até aos dias de hoje.

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