sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Gal Costa - Fa-Tal Gal A Todo Vapor - 1971



Mais um grande disco que disponibilizo a todos os meus camaradas assiduos deste site, um disco limpo, impecavel e agressivo, uma peça indispensavel pra sua discoteca basica, por isso entao, Deleitem-se...
Saravá
Lado B

Seria só um show feito por (e para) hippies que freqüentavam o píer de Ipanema. Mas "Gal A Todo Vapor" foi muuuito além...

Cantora. Filha de Dona Mariah Costa, sua grande incentivadora, que, em entrevistas, conta que passou toda a gestação de Gracinha, nome como era conhecida antes da fama, ouvindo rádio. Cresceu no Bairro da Graça, em Salvador. Na adolescência trabalhou na loja de discos do jornalista Roni, que coincidentemente foi, em 1972, promotor do show "Caetano & Chico", realizado em Salvador. Através deste emprego, sabia de todas as novidades musicais da época, e tornou-se fã da bossa nova. Desde criança tinha o sonho de ser cantora. No início dos anos 60 conheceu o ídolo João Gilberto, que, segundo seu depoimento registrado no encarte da coleção "História da Música Popular Brasileira", disse-lhe após o primeiro encontro em que a viu cantar: "Você é a maior cantora do Brasil". Nesta mesma época também conheceu Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gilberto Gil, quarteto que mais tarde viria a ser conhecido como Doces Bárbaros, quando juntos participaram de um espetáculo que resultou em um LP.
Gal A Todo Vapor, o tal show, era, em sua concepção original, dividido em duas partes. A primeira trazia a cantora ao violão. O segundo segmento, o preferido de João, trazia Gal transmutada em uma elétrica band leader, acompanhada pelo trio Lanny Gordin (guitarra), Novelli (baixo) e Jorginho Gomes (bateria). Sinal dos tempos: até João Gilberto, que naquela época fazia visitas à moradia dos Novos Baianos - amigos de Gal a ponto de terem posado para uma das fotos internas de -Fa-Tal-, disco resultante da temporada -, dialogava a sua maneira com uma geração que fazia a seu modo a versão brazuca (e carioca) do movimento hippie. A essa versão, deu-se o tropicalista nome de "desbunde".
"Gil já percebia em mim algumas mudanças", diz Gal, que seria a grande voz não só do tropicalismo, como também dos compositores abraçados pelo coletivo, como Roberto, Erasmo e Jorge Ben. "Até então, eu era radical, nada passava pelo meu filtro. Não me interessava por jovem guarda, nada disso. Aí gostei de Jimi Hendrix, Janis Joplin. Vi um mundo diferente." O grande ponto de mudança foi sua interpretação de um dos totens musicais do movimento, a canção "Divino Maravilhoso", de Gil e Caetano, no IV Festival de MPB da TV Record, de 1968. "Pedi a Gil um arranjo forte, rasgado, para abrir o berro."

Download: Gal Costa - Fa-Tal Gal A Todo Vapor - 1971

Um comentário:

Falcao disse...

Grande blog!
Ja ta no bookmark.
Esse disco da Gal ta no meu top 5 de discos ao vivo, do mesmo nivel do "The Who" na Isle of Wright, "Allman Brothers" at Fillmore East e outros.