domingo, 24 de agosto de 2008

Gilberto Gil - Refavela - 1977

Este disco é um dos mais importantes de sua carreira, a ideia de criar este trabalho surgiu ainda na viagem pra Nigeria, queria ele relembrar suas raizes e resgatar sua cultura, e fez bem feito diga-se de passagem, uma obra prima de mais um genio que temos o prazer e privilegio de dizer que é nosso,, brasileiro, por isso, deleitem-se!!!!
Saravá!!!!
Lado B

No ano punk de 1977, a música brasileira vivia numa espécie de calmaria criativa, salvo poucas e boas exceções, entre elas, Gilberto Gil, filho dileto da Tropicália, último reduto da ousadia criativa de uma geração que ousou ousar.
Em Refavela, Gil revela não ousadia, mas sua afrodescedência, aliada a vontade de construir pontes, elos, caminhos que o levassem de volta à África. O álbum também significa e mistura de sons e sentimentos entrelaçados, resultando numa obra de essência e beleza, em meio a uma época de dificuldades políticas, enfrentadas pela classe artística politicamente consciente.
Na música de dá título ao disco, a revelação de nossas misérias; em Ilê-Ayê, Balafon, Babá Alapalá e Patuscada de Gandhi, a ponte África-Bahia está estabelecida; O Reggae se faz presente em No Norte da Saudade, lembrado a outra África que existe na Jamaica; mulheres, amor e loucura se apresentam em Sandra. Gil ainda tem fôlego para reler o clássico bossa-novista Samba do Avião, com arranjos que talvez incomodassem os puristas; em Era Nova, uma das mais belas canções do baiano, fica revelada sua esperança no Homem na nova era que ainda estava por vir, enfim, uma promessa, que, como bem sabemos ainda não foi cumprida.

Download: Gilberto Gil - Refavela - 1977

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