Um excelente trabalho muito intrigante de um genio, nao começando somente pela capa, mas sim em todo seu conteudo, há quem nao goste do Tom, há quem o venere, e assim caminha a humanidade sempre dando valor ou nao a pessoas merecidas!
Mas é um disco que aconselho muito pela diversidade, e arranjos, e genialidade, de um artista que poucos sabem apreciar.
Entao... Deleitem-se
Lado B
Mas é um disco que aconselho muito pela diversidade, e arranjos, e genialidade, de um artista que poucos sabem apreciar.
Entao... Deleitem-se
Lado B
Antônio José Santana Martins, o Tom Zé, é um compositor, cantor, arranjador e ator brasileiro. O artista é considerado uma das figuras mais originais da Música Popular Brasileira, tendo participado ativamente do movimento tropicálista nos anos 1960 e se tornado uma voz alternativa influente no cenário musical do Brasil.
Passou a década de 1970 e 1980 avançando ainda mais seu pop experimental em álbuns relativamente herméticos, sem atrair a atenção do grande público. No final dos anos 1980, é "descoberto" pelo músico David Byrne (ex-Talking Heads), que lança sua obra nos Estados Unidos, para grande sucesso de crítica. Lentamente sua carreira vai se recuperando e Tom Zé passa a atrair platéias da Europa, Estados Unidos e Brasil, especialmente após o lançamento do álbum Com Defeito de Fabricação, em 1998.
O álbum em questão, Todos os Olhos, lançado em 1973, é fantástico. Sua capa provocou muita polêmica à época do lançamento, incrivelmente sobrevivendo à censura reinante no país (novidade).
TOM ZÉ DE CU É BOCAO orifício enrugado acima não lacrimeja, como aceitou o censor na década de 70, nem “faz pum”, como acreditaram todos os que leram pelo menos uma lista das melhores capas de discos brasileiros de todos os tempos.
Uma reportagem de Carta Capital revela que o danadão acima - Todos os Olhos, de Tom Zé, 1973 - não é um cu, mas sim uma boca. Sorte da bolinha de gude. é o maior furo do jornalismo cultural dos últimos anos
Trechos da Reportagem:
"A Ideia foi do poeta vanguardista Décio Pignatari ... não eram tempos de brincar com a sorte. E toda a equipe de criação guardou muito bem o segredo.
O rapaz tem 22 anos, é cabeludo, usa faixa na cabeça e calça boca-de-sino. A moça tem vinte e poucos, é bonita, loira de cabelos compridos, tem os olhos claros, pinta de hippie...
O jeito é pegar a Raposo Tavares e afastar-se alguns quilômetros da cidade para estacionar o Fuscão 1500 bordô ao lado de caminhões que descansam sob a placa 'Retiro Rodoviário.
Foi usada uma máquina fotográfica alemã Praktika sem flash, quatro filmes Kodacolor ASA 100, dois abajures com lâmpadas de 100W, fortíssimas, e uma caixa de ... Bolinhas de Gude.
A garota, empolgada, deita-se de costas na lateral da cama ... Reinaldo posiciona os abajures na diagonal, de modo que a luz incida diretamente sobre o alvo, a lente ... fica a apenas 20 cm do corpo da garota, já quase de cabeça para baixo ... Começam os problemas técnicos. A bolinha não pára. Cai, rola costas abaixo. Tentam-se novas posições. E mais outras. Nada da bolinha estacionar.”
Quando beirava o insuportável, uma das bolinhas parou. Reinaldo descarregou cliques. Consumiu todos os filmes. Testou velocidades, posições de luz, enfim. Fez-se de tudo, menos sexo. Deixaram para trás um quarto cheio de bolinhas pelo chão.
Foi uma atitude poética. Como foto, algumas ficaram ótimas. Mas mesmo nas melhores, era evidente do que se tratava”, diz Reinaldo.
Desta vez, nada de motel. Vão à casa de uma amiga. E, antes que repetissem a luta contra a obviedade fisiológica, uma nova idéia.
A Garota tem boca grossa. Lábios cheios de carne bem rósea. Vale tentar. Ela topa. Prefere. Senta-se no chão com a cabeça jogada na cama e faz biqunho. Uma bolinha é colocada e dali não sai. Os lábios contraídos formam frisos que em muito se parecem com o que devem parecer. Uma única série de cliques basta para, finalmente, realizar a idéia de Pignatari”.
Frase do Proprio Tom sobre essa materia:
- “Pode ser uma boca mesmo, hahaha!!! ... E até ontem isso era oficialmente outra coisa”.
Download: Tom Zé - Todos os Olhos - 1973
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